quarta-feira, 11 de junho de 2008

NÓS-Unidade Popular rejeita o pseudo-informe jurídico da Real Academia Galega, por falso, partidista e antigalego

A partir do aberrante pseudo-informe emitido pola Real Academia Galega, descartando o uso de ‘Galiza’ como normativo face ao espanholismo ‘Galicia’ (em resposta a umha consulta da Conselharia da Cultura), NÓS-Unidade Popular quer fazer pública umha reflexom sobre a própria RAG e a sua funçom na sociedade galega actual.

1. A Real Academia Galega, instituiçom teoricamente referencial para os usos normativos do galego, tem sido nas últimas quatro décadas incapaz de construir um mínimo consenso em volta do modelo culto de língua. Ao contrário, tem proposto padrons diferentes e contraditórios desde o de 1971 até o de 2003, renunciando em ocasions à sua suposta autoridade em favor do ILG e retomando-a em funçom de critérios políticos de maneira arbitrária.

2. Sem grande esforço, detecta-se na sua trajectória das últimas décadas um único objectivo claro em relaçom à construçom de um padrom galego: a vontade doentia de dinamitar a unidade lingüística galego-portuguesa, rompendo assim com a tradiçom galeguista e dos estudos romanísticos.

3. Tomada por numerosos elementos que desconhecem e desprezam o nosso idioma, muitos dos quais só o falam e escrevem de maneira ritual, a RAG tem protagonizado episódios de claro confronto frente a qualquer avanço social do galego. Nom deve esquecer-se que o seu presidente Garcia Sabell impugnou perante o Governo espanhol nos anos 80 a Lei de Normalizaçom Lingüística, para que fosse suprimida a obrigatoriedade do conhecimento do galego, o que finalmente conseguiu.

4. Com a sua prática bilingüista durante as últimas décadas, a RAG tem demonstrado que nom está em condiçons de ser referencial para a Galiza que quer viver como naçom normalizada e em pé de igualdade com as naçons vizinhas. A RAG arrasta um profundo complexo de inferioridade e pratica um provincianismo lingüístico-cultural inocultável: daí que aposte num modelo de língua dependente e deficitário, como demonstram os materiais que essa instituiçom publica, a começar polos seus desprestigiados dicionários.

5. Em funçom de todo o anterior, de NÓS-Unidade Popular, como de numerosos sectores do nosso povo, negamos qualquer legitimidade a essa Academia de nome monárquico-espanhol.

6. O melhor destino que pode ser dado a esse lobby sectário é a dissoluçom para que, no seu lugar, seja constituída umha verdadeira entidade académica, republicana e democrática que integre as numerosas figuras intelectuais comprometidas com a nossa língua e a sua plena normalizaçom.

7. Por último, achamos necessária umha reflexom por parte dos sectores que apostárom numha normativa dita ‘de consenso’ em 2003, e que hoje continua sem ser aplicada polos sectores isolacionistas com que se negociou. É impresindível dar passos firmes em direcçom à incorporaçom da Galiza ao ámbito internacional de fala galego-portuguesa, começando pola assunçom de um padrom escrito acorde com esse princípio. É umha necessidade urgente para afrontar umha verdadeira normalizaçom do nosso idioma na Galiza do século XXI.

Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular

Compostela, 11 de Junho de 2008

Fonte: NÓS-Unidade Popular.

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